26/10/2015

Guiness, posicionamento e novos mercados

a Vans já nos tinha dado umas das melhores "aulas" de sempre sobre posicionamento, em 14 retratos impressionantes sobre a história de pessoas fora do mainstream, completamente contra a corrente da cultura moderna. 14 vídeos que narram histórias que captam na perfeição todas as expressões criativas da identidade da Vans (podem ver o post aqui)

agora é a vez da Guiness nos ensinar tudo o que sabe sobre posicionamento e a entrada em novos mercados, tão diferentes como o coreano e o africano. Sem nunca perder o norte

antes de mais, esqueçam tudo o que sabem!

já está?

primeiro, o vídeo #MadeofBlack (2014)



a Guinness é uma bebida preta, ok! mas lançar a cerveja em África com uma campanha cuja assinatura é "Made of Black" é uma jogada tão ousada e arriscada, como corajosa. Pelas mãos da BBDO Londres e BBDO Africa o anúncio de TV, dirigido por Sam Brown e a Rogue Films, conta com artistas e criativos africanos reconhecidos que nele encontram a sua forma de materializar a hitória e o que significa ser #madeofblack


a campanha declara que o "preto não é uma cor", o preto é uma "mentalidade", uma "atitude". Em comunicado, a marca vai mais longe e diz que o anúncio faz brilhar uma nova geração de africanos, um novo e progressista espirito em África. #vaibuscar

a música poderosa do Kanye West "Blkkk Skkkn Head" faz o resto

depois, a campanha #TasteofBlack (2015)


o anúncio, pela Iris Worldwide e a produtora The Sweet Shop, explora a percepção de um sabor excessivamente forte e desafiador, através da cor preta. Concentra-se em seis características distintivas da cerveja Guinness, especialmente adaptadas aos consumidores coreanos: suave, profunda, cremosa, corajosa, rica e surpreendente. A campanha convida as pessoas a criar a sua própria descrição do gosto ou sabor de Guinness e, em seguida, partilhar a sua experiência nas redes sociais




três dos maiores líderes de opinião da Coreia, que aparecem no filme (Daedoseogwan, Banzz e Korean Englishman) vão criar o seu próprio conteúdo no YouTube, com base na sua própria experiência #TasteofBlack

ambas as campanhas exploram o atibuto distintivo do produto e o tornam parte integrante do imaginário e do universo de valores de cada um dos países. E fá-lo de forma forte, corajosa e assumida, como sempre a Guiness o faz

#clapclap

22/10/2015

postes eléctricos comuns são figuras humanas gigantes

The Land of Giants, é um projeto que transforma postes eléctricos comuns, em estátuas que integram a paisagem, neste caso na Islândia. Jin Choi e Shine Thomas são os arquitectos responsáveis por esta proposta em 2008, que ganhou o prémio ‘Recognition Award’ na ‘Icelandic High-Voltage Electrical Pylon International Design Competition’, e posteriormente tem sido um projeto reconhecido e divulgado por numerosos meios de comunicação

com pequenas alterações ao design da estrutura em aço das torres, os arquitectos criaram figuras icónicas que se complementam à beleza da paisagem, e assim ultrapassam a ideia de vermos uma torre meramente com um design funcional de necessidade, sem qualquer valor estético associado

os arquitectos afirmam que partem para a proposta do projeto com referência nas estátuas da Easter Island. As figuras criadas para inovar o aspecto das torres, são pensadas como transportadoras de eletricidade ao serviço da população: atravessam os terrenos de dia e noite, independentemente das condições meteorológicas. As posturas e os gestos são também associados à posição de uma pessoa a escalar montanhas. As pequenas alterações nas mãos ou na cabeça combinados com o reposicionamento do corpo das figuras, permitem maior variedade de expressões

as figuras podem também ser colocadas aos pares e andar na mesma direcção ou direcções opostas, olhando uns para os outros ou até curvados a observar a cidade, em plena sintonia uns com os outros

© 2008-2015 Choi+Shine Architects


The Land of Giants™ : RIBA Pylon Competition Entry

no fundo, o design inovador destas torres propõe uma humanização das mesmas, o que ajudaria a integrar a estrutura cinzenta e tecnológica num ambiente tão natural. A proposta da construção do projeto é apresentada detalhadamente, toda a estrutura funcionaria de forma sustentável e os postes de eletricidade não perderiam a sua função básica de serviço, mas ganhariam uma dimensão de complementariedade com o serviço da natureza

podem conhecer mais no website dos autores aqui 

Sara Magno. Estudante na área do design de comunicação. Adoro fotografia, publicidade, branding e packing design. Passo horas a escolher tipografias e a explorar soluções gráficas. “We (designers) transform what we touch.”

11/10/2015

175 páginas condensadas em anúncio no jornal Metro

o autor Paulo Coelho contratou directamente a Agência Paulista Loducca para criar uma campanha que celebrasse o facto de os seus romances estarem no ranking de "best sellers" do New York Times há sete anos consecutivos

com este briefing, a agência criou um unico anúncio impresso onde publicou o texto inteiro - sim o texto inteiro - do romance do autor 'O Alquimista'

175 páginas condensadas em página dupla no jornal Metro


a agência Loducca disse ao AdFreak que este anúncio de jornal foi impresso com tamanho de fonte 4,1. Existiu ainda uma versão outdoor, com o texto do romance colocado num só mupi (com tamanho de fonte 12...)


no copy das duas versões do anúncio ainda econtraram espaço para dizer: "O Alquimista" Sete anos entre os best-sellers do New York Times Graças à 70 milhões que leram o livro. Se você não é um deles, leia este anúncio."

estive a conter-me até agora, chega! a esta altura tenho mesmo, mas mesmo, de perguntar, O QUE É ISTO? como é que isto pode ser considerado um bom anúncio, com destaque na edição online da Adweek?

escrevi recentemente no post "everyone is a fu*$#ing critic..." sobre os principais pressupostos que a "boa" critica à criatividade deve usar. Esta peça - para mim - não passa em nenhum

qual é a ideia criativa? no limite "tenta ser engraçado", mas acaba a fazer os leitores de palhaços: "Sabias que os meus livros são best sellers? Não compraste nenhum livro meu? tenta ler este... se conseguires. Ahaha"

impacto? zero. No pior cenário, que descrevi em cima, ainda é negativo. Isto não vai dar a ninguém vontade de ler Paulo Coelho... Vai?

mensagem? upsss... mais valia terem escrito nas duas paginas a tamanho de letra 45 "o Paulo Coelho é um escritor premido, já leu alguma coisa dele?"

não havia necessidade... 

06/10/2015

design, disrupção e gestão de marca

atualmente o fenómeno do design está aliado à tecnologia, e tornou-se rapidamente na maior ferramenta de linguagem dos negócios do século 21. O documentário “Design Disruptors”, desenvolvido pela InVision, pretende destacar a importância do design de produto e da experiência do utilizador em grandes empresas de topo, tais como a Airbnb, Coursera, Dropbox, Etsy, Eventbrite, Evernote, Facebook, Google Ventures, HubSpot, MailChimp, Netflix, Pinterest, Salesforce, Spotify, Twitter, Xero, Zendesk, e muitas mais

o filme tem estreia para início do ano de 2016, e é dirigido por Matt D’Aveila que promete explorar “as mentes mais criativas de uma geração em que o design mostra a sua ajuda no desenvolvimento das empresas e da sociedade". O documentário pretende tocar em vários aspectos da importância do design nas nossas vidas, desde o seu impacto na melhoria do modo de vida até à conexão que existe entre o design e os humanos




o design gráfico apresenta-se como uma das melhores ferramentas para a resolução de problemas: "Great designers don't see problems and solutions alone - they see stepping stones for a coherent, intencional journey" - Airbnb, head of experience design

o grande objectivo do filme é educar as pessoas e as empresas, através da apresentação dos melhores designers do momento, fazendo com que criem respectivamente experiências positivas na sociedade e transformações em novas empresas

qualquer projecto de inovação tecnológica precisa de engenheiros que criem um bom suporte informático, prático e funcional, e a relação da tecnologia com o design começa aqui: os designers pensam nas pessoas, nas suas emoções, perspectivas e as conexões que querem alcançar. O objetivo dos designers enquanto integrantes dos projectos passa pelo pensamento directo de como querem que as pessoas utilizem o produto / interface, e como é que isto se pode tornar numa experiência rápida, criativa e de impacto para o utilizador

o trailer refere a importância do design no desenvolvimento da base do projecto, pois se a estrutura do design não for bem consistente, todo o processo se pode tornar vulnerável. Este documentário é de elevada pertinência na geração actual, na qual o design cada vez vinga mais e se manifesta como um mecanismo de exploração e desenvolvimento



a interrogação que fica no final é inquietante para qualquer designer, gestor de desenvolvimento de marca ou de inovação: “A questão agora não é se podemos construir. Sim podemos construir qualquer coisa. A questão é que futuro queremos construir juntos? E isso é o poder do design”

Sara Magno. Estudante na área do design de comunicação. Adoro fotografia, publicidade, branding e packing design. Passo horas a escolher tipografias e a explorar soluções gráficas. “We (designers) transform what we touch.”

04/10/2015

ser humano, storytelling e gestão de marca

hoje, olhamos para o Ser Humano como um “Homo Fabulus” – um contador de histórias – mais do que como um Cientista ou como um Investigador. Da procura pela verdade e dos factos, passamos para a procura de significado e de relevância

somos ouvintes e contadores de histórias desde que nascemos. É através do processo de contar histórias – o “Storytelling” – que comunicamos, nos relacionamos e damos significado a tudo o que acontece. As histórias fascinam. Os factos aborrecem.

apesar da importância dos factos, são as histórias que nos fazem importar, e quando nós nos importamos, nós respondemos. É este o desafio que atualmente, mais que nunca, se coloca às marcas: o de conseguir que o consumidor se importe, responda e se relacione com elas e com os seus produtos

podemos sem grande hesitação afirmar que vivemos atualmente num contexto cultural e tecnológico onde os consumidores sabem (quase) tudo sobre uma marca, desde a sua origem, até onde e como os seus produtos são fabricados e vendidos. Em consequência, as empresas são avaliadas pelos consumidores por muito mais do que apenas os seus produtos

os valores da marca, a forma como esta se posiciona perante questões sociais e as emoções que evoca (posicionamento) são atualmente elementos extremamente relevantes para os consumidores e, por isso, conteúdo de enorme potencial num contexto de Storytelling

é verdade que "most brand storytelling wouldn’t pass the bedtime story test. Yet there’s never been a greater time for brands that can tell a story well." [Tom Fishburne]